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A Obstetrícia no Brasil

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     Na década de 90, as estatísticas do Ministério da Saúde apontavam que as complicações do trabalho de parto representavam a terceira causa de internação, ficando também em terceiro lugar como responsáveis pelos maiores gastos globais com internação hospitalar. No ano de 1996, a razão de mortalidade materna no Estado de São Paulo era de 46 por 100 mil nascidos vivos, representando 2% dos óbitos de mulheres em idade fértil. Dentre as mais recentes metas do governo para a saúde, destaca-se a redução da razão da mortalidade materna, por meio da expansão da assistência pré-natal, parto e pós-parto.

 

        As transformações necessárias no modelo de atenção à mulher e à família, no processo reprodutivo, tem sido objeto de políticas nacionais no âmbito da saúde. Nesse sentido, o Ministério da Saúde propôs o Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento, a criação de Centros de Parto Normal e o Pacto pela Redução da Mortalidade Materna e Perinatal. Em nível internacional e nacional, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde, no Brasil, recomendavam maior participação do(a) Obstetriz e da Enfermeira Obstetra nessa assistência, tomando como referência a importância de acompanhar o trabalho de parto, aprimorar a assistência ao parto normal e diminuir as taxas de cesariana. Para a formação na área obstétrica, há dois modelos: o europeu, que dispensa a qualificação em Enfermagem e o americano, em que a capacitação formal na área obstétrica é concebida como uma especialidade da Enfermagem.

 

     Na América Latina, o Chile pode ser tomado como referência na formação de Obstetrizes, profissionais que representam um impacto significativo no sistema de saúde daquele país. A Escola de Artes Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH/USP), em 2005, criou o curso de Graduação em Obstetrícia para qualificar Obstetrizes com perfil e competência necessários para participar ativamente das transformações do modelo assistencial. Esse profissional, integrado à equipe de saúde, é capaz de atuar de forma autônoma, responsabilizando-se pela assistência na gestação, parto normal e pós-parto, em instituições de saúde públicas e privadas (maternidades, centros de parto normal, casas de parto, ambulatórios, unidades básicas de saúde) instituições de ensino e domicílios.

 

     O Obstetriz representa um importante recurso para prover cuidados de saúde às mulheres, recém-nascidos e familiares, no sentido de promover e preservar a normalidade no processo do nascimento, atendendo as necessidades físicas, emocionais e socioculturais, a tecnologia e os equipamentos disponíveis e necessários à prática profissional. Desta forma, a perspectiva para o profissional Obstetriz está se consolidando no Brasil através das Políticas Públicas de Saúde, na confiabilidade das competências que esse profissional possui, permitindo um mercado de trabalho promissor aos graduados, bem como as mudanças nos paradigmas da assistência à saúde da mulher no Brasil.

                                                                                         

Texto de autoria de Gleidmara Amorim Silva e Célia Regina Maganha e Melo.

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